quarta-feira, 27 de março de 2013

CATHEDRAL





Árdua tarefa falar sobre esta avalanche sonora chamada CATHEDRAL. Numa tentativa de situar o ouvinte, diria de cara que se trata de um grupo formado por Lee Dorrian (ex-Napalm Death) no início dos anos 90, sendo lançado por seu próprio e instigante selo, a Rise Above Records. Diria ainda que a banda anuncia seu  fim, sendo que o álbum "The Last Spire" pode ser (ou não) o derradeiro da brilhante carreira desses ingleses.


O que fica a nós, caçadores de novidades, porém, é a vasta e rica obra registrada nesses últimos (pouco mais de) 20 anos.


Ao longo de uma discografia impecável, o Cathedral pode facilmente representar a vanguarda de um heavy que se convencionou a chamar stoner/doom. Este último com aquela característica arrastada, não menos agressiva, mas quase hipnótica, que bebeu na dinâmica imposta por referências como o próprio Black Sabbath. O primeiro, porém, 'stoner', traz aquela pitada 'gordurenta' que pode remeter a um blues/rock, ou mesmo ao psicodélico.


Não é exagerado apontar que, com uma proposta que beirou o mirabolante, a banda tenha por diversas vezes flertado com o Prog. Pouco se fala, mas o 'doom', 'stoner' ou ainda 'sludge' (com elementos que vão do quase punk ao southern rock), todos tendem, ora ou outra, ao progressivo.



Todas essas ainda são meras tentativas de classificar um som que se mostrou, ao longo do tempo, realmente único! Muito advindo da incrível e arrebatadora massa sonora produzida, própria do estilo, mas elevada à enésima potência quando se trata do Cathedral. Ao flertar com o experimental, especialmente com a utilização de teclados, a banda se mostrou ainda mais sofisticada e cheia de recursos em alguns pontos de sua carreira. Via de regra, no entanto, macabra e soturna ao extremo, sempre... e isso foi (é) maravilhoso!



Como este blog recorrentemente aponta quem anda fazendo um novo tipo de Heavy Metal na cena atual, e como o Cathedral seguiu produtivo ao longo de toda a segunda metade dos anos noventa, e também por toda a década de 2000 - e até o presente ano de 2013! - nada mais justo do que reverenciar e destacar essa sonoridade ímpar, que soa precursora, vanguardista, referência, sem deixar de soar, até hoje, como exemplo de novidade e inspiração a cada obra lançada.



Por fim, vale ainda ressaltar o alto grau de dramaticidade que o som da banda ganha ao vivo, com as performáticas interpretações deste mestre chamado Lee Dorrian!




* recém-lançado vídeo de "Tower Of Silence":




http://www.cathedralcoven.com/

http://www.riseaboverecords.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Cathedral_(band)





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